As propriedades biofísicas e biomecânicas de tecidos oculares são de grande interesse para comunidade científica, uma vez que as alterações nas características estruturais e biomecânicas de tecidos oculares estão intimamente relacionadas com patologias (ceratocone, por exemplo).
Técnicas avançadas de caracterização das propriedades físicas e estruturais tais como: Espectroscopia Raman (ER), Difração de Raio-X (DRX), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Microscopia de Força Atômica (AFM) podem trazer à luz novas informações a respeito de tecidos oculares, possibilitando o desenvolvimento de novas terapias.
Nesta linha de pesquisa, de caráter multidisciplinar, uma parceria entre os Departamentos de Medicina e Física da Universidade federal do Maranhão (UFMA), as técnicas de caracterização supracitadas são utilizadas na investigação de tecidos oculares, tais como: córnea, cristalino e retina, na caracterização da ultraestrutura e das propriedades biomecânicas, em nível nanométrico, com o objetivo de correlacionar as alterações ultraestruturais com as biomecânicas destes tecidos, a fim de compreender as alterações promovidas por patologias nos mesmos.
Figura 1: Imagem de córnea humana com (A) microscópio confocal e (B) imagem obtida por AFM do epitélio de córnea. Imagem (A) retirada de: T. Tervo, J. Moilanen / Progress in Retinal and Eye Research 22 (2003) 339– 358.
Estrutura de colágeno de córnea humana. (a) Imagem tridimensional de AFM de córnea humana com camada epitelial removida evidenciando o arranjo de fibras de colágeno. (b) Imagem evidenciando fibras individuais com D periodicidade de 60 nm aproximadamente. O detalhe na figura (b) mostra a seção transversal em uma fibra única.